Marco Antonio Teitelroit - Mitologia
terça-feira, 4 de outubro de 2011
DEUSES E DEUSAS ROMANOS
Apolo (Apollo-onis)- uma das divindades da mitologia grega e romana . Era o deus do sol, do pensamento e da meditação. Por ser muito belo, a mitologia atribuiu-lhe aventuras amorosas. Era especialmente venerado em Delfos, onde pronunciava oráculos pela boca de Pítia ou Pitonisa.
Baco (Bacchus-i)- filho bastardo de Júpiter e de Sémele. Esta morreu incendiada, antes de ele nascer, quando Júpiter lhe mostrou todo o seu fulgor; o pai conseguiu salvar o filho, recolhendo-o na sua própria coxa, donde veio à luz. Nasceu em Tebas, na Grécia, mas o pai, para o esconder das vista de Juno, esposa de Júpiter, mandou-o criar por ninfas num vale de delícias chamado Nisa. Ensinou os homens a fabricar vinho e é o inspirador dos excessos de êxtase e violência. Fazia-se acompanhar de um cortejo de Bacantes e usava como bastão uma vara enramada com folhas de parra, cachos de uvas e uma pinha na ponta: o "tirso" .
Era também representado com hastes na cabeça.
Conquistou a Índia e era adorado no Oriente.
Ceres (Ceres-eris)- deusa romana da fertilidade da terra, nomeadamente dos cereais . Era o equivalente da deusa grega Démeter ;era a deusas dos cereais, das searas ,do campo ,da agricultura .
Ceres – a deusa da agricultura
Cupido (Cupido-inis)- o deus romano do amor, considerado filho de Vénus. Era o equivalente ao deus grego Eros. Personificação do amor; tinha a pretensão de ser bonito, o que fazia dele uma personagem ridícula.
Fauno (Faunus-i)- divindade itálica que velava pela fertilidade dos campos e pela fecundidade dos rebanhos. Gostava de perseguir as ninfas . Em honra de Fauno (Pã para os gregos) celebravam-se em Roma as Lupercais . Fauno deu origem aos faunos, ou divindades menores que presidiam aos trabalhos rurais; tinham corpo de homem coberto de pêlos de bode e com patas e chifres do mesmo .
Flora (Flora-ae)- Flora á uma potência da natureza que faz florir as árvores e preside "a tudo que floresce". A lenda pretende que Flora foi introduzida em Roma (tal como Fides) por Tito Tácio, juntamente com as outra divindades sabina. Era honrada quer por populações itálicas não latinas como por latinas. Alguns populações tinham lhe consagrado um mês, Abril do calendário romano.
Ovídio relaciona com o nome de Flora um mito helénico supondo que na realidade ela era uma ninfa grega denominada Clóris. Num dia de Primavera em que Flora errava pelos campos, o deus do vento, Zefiro, viu-_a, apaixonou-se por ela e raptou-a. Desposou-a em seguida, num casamento público.
Zéfiro concedera Flora como recompensa e por amor o reina sobre as flores, não só sobre as dos jardins , também sobre as dos campos cultivados. O mel é considerado como um dos presentes que Flora deu aos homens, tal como as sementes das inumeráveis variedades de flores. Ao narrar esta lenda, de que é talvez o inventor, Ovídio refere explicitamente o rapto de Oríntia por Boreias. Este rapto é, sem dúvida ,o seu modelo, mas acrescenta-lhe um episódio singular ; é Flora quem está na origem do nascimento de Marte. Juno, irritada com o nascimento de Minerva ,saída espontaneamente da cabeça de Júpiter, quis conceber sem o auxílio de um elemento masculino. Dirigiu-se a Flora que lhe deu uma flor cujo simples contacto era suficiente para fecundar um mulher. Foi assim que Juno, sem se unir a Júpiter deu à luz o deus cujo nome é o do primeiro mês da Primavera ,Março.
Celebravam-se em sua honra as floralia, caracterizadas por jogos em que participavam as cortesãs.
Fortuna (Fortuna, ae) – deusa que distribui a felicidade e a desgraça . Mais de que Fors, a Fortuna foi respeitada na religião romana da época clássica. Era identificada com a Tique grega. Era representada com o corno da abundância, (porque é ela que "pilota" a vida dos homens) , umas vezes sentada outras de pé, quase sempre cega. Atribui-se a introdução do culto a Sérvio Túlio, o rei que ,mais do que qualquer outro, foi favorito de Fortuna. Contava-se até que a tinha amado, embora fosse apenas um mortal, e que costumava entrar em sua casa por uma janela pequena. Encontrava-se uma estátua de Sérvio no templo desta deusa.
A deusa Fortuna era invocada sob muitos nomes distintos : Redux (para pedir o regresso de uma viagem), Publica, Huiusce Diei (a fortuna particular do dia seguinte),etc. Sob o império , cada imperador tinha a sua Fortuna.
Jano (Iano-i)- deus romano que tinha duas caras, simbolizando o conhecimento do passado e do futuro. Era o protector de todo o assunto concreto e abstracto: das portas (Janue) das casas, do começo do dia, do mês, do ano, daí que o primeiro mês se chame Janeiro (januarius).
Juno (Iuno-onis)- Era uma deusa romana e estava ligada à Hera grega. Era filha de Saturno e de Reia (rainha do céu, deus da luz) que toma a forma do ciclo da lua. Esta deusa era esposa do seu irmão Júpiter.
Juno representa a mulher e as suas características, tais como o casamento, a gravidez e o parto, protegendo também as que ocupavam altos cargos administrativos e que não era casadas. Juno acaba por arcar todas as características da Juno Caprotina (deusa da fecundidade), da Juno Pronúbia (deusa do casamento) e da Juno Moneta ( boa conselheira). Era celebrada em sua honra a festa das Matronalia, no dia 1 de Março. Esta ocasião simboliza o papel da mulher na sociedade. Juno tinha a função de soberania e de representar a mulher no povo romano.
Júpiter (lupiter-Iouis)- deus supremo do panteão romano (seu equivalente em grego era Zeus), filho de Saturno e Reia, irmão e esposo de Juno; senhor dos deuses e do Universo, era o deus do céu, da luz, do tempo, do Universo, e do trovão.
Protector supremo do estado , reinava em Roma no Capitólio, que lhe era consagrado.
Marte (Mars-tis)- divindade romana, correspondente ao deus grego Ares. Da sua ligação ocasional com Reia, nasceram os gémeos Rómulo e Remo, fundadores de Roma. Era venerado como o deus da Primavera, daí o nome do mês de Março, sendo por isso o protector da natureza e da agricultura, bem como da guerra. Também foi o eterno apaixonado de Vénus.
Mercúrio( Mercurius-i)- divindade romana, equivalente ao grego Hermes. Era filho de Júpiter e de Maia, nasceu em Cilene, monte de Arcádia. Os seus atributos incluem uma bolsa , umas sandálias e um capacete com asas ,uma varinha de condão e o caduceu. Rápido como o pensamento ,levava as mensagens de Júpiter.
É o deus da eloquência , do comércio , dos viajantes e dos ladrões.
Minerva (Minerua-ae)- Minerva é a deusa romana identificada com a Atena helénica, juntamente com Júpiter e Juno constitui a Tríade capitolina. Era a protectora de Roma, e principalmente a defensora dos artesãos e do trabalho manual e às vezes, também dos médicos. Tornou-se também símbolo do conhecimento e da sabedoria, devido a ser identificada com a Atena helénica.
Eram-lhe consagrados, como a Atena, o macho, a coruja e a oliveira, é também apresentada com capacete e armadura. Esta deusa não pertence ás divindades mais antigas do panteão latino. Um dos seus mais antigos templos situava-se no monte Célio, a colina onde se dizia antigamente o incerto etrusco que vinha em ajuda de Romúlo , sob as ordens de Caele Vibenna se fixara. Esse templo tinha o nome de Minerva Capta (Minerva cativa). Talvez tivesse sido construído para hospedar uma Minerva tomada em Falérios, no desenrolar da conquista da cidade pelos romanos. A tradição referia Minerva com uma das divindades postas em Roma por Numa.
Nos Ceuinquátrias, a 19 de Março celebrava-se a festa de Minerva. As escolas nesse dia faziam feriado. No Esquilino, havia uma capela dedicada a Minerva Curadora , onde foram encontrados documentos que provam que o culto permanecia vivo durante o império; não existe qualquer lenda especificamente romana ,onde Minerva intervenha.
Neptuno (Neptunus-i)- Equivalente ao grego Posídon, é o deus romano das águas e dos mares . É filho de Saturno (tempo) e de Reia , irmão de Júpiter e Plutão. Habita um palácio de ouro no fundo do mar. Tem por esposa Salácia, assimiladas ás gregas Anfitrite e Tétis. Representam-no os antigos com um tridente na mão, sobre um coche puxado por cavalos-marinhos; é o deus do mar.
Ninfas (nympha-ae) - Divindades da natureza. As ninfas personificam as forças da natureza, as montanhas, as planícies, as árvores, as fontes e os rios. De acordo com os lugares que habitavam tinham designações próprias: nas águas imperavam as Naiades, as Nereidas e as Oceânides; nas montanhas e grutas as Oréadas, etc. representadas como donzelas seminuas, o seu culto era dos mais difundidos entre os gregos e romanos.
Palas (Pallas-adis)- nasceu da cabeça de Júpiter e vinha armada cabeça aos pés. É uma deusa guerreira. È representada por uma coruja e uma oliveira.
Pandora (Pandora-ae)- Pandora é referida num mito hesíodo como sendo a primeira mulher. Foi criada por Hefesto e por Atena devido a uma ordem de Zeus. Cada deus atribuir-lhe um dom, menos Hermes, que lhe atribuiu a mentira e a astúcia. O objectivo era criar o ser humano mais perfeito à face da Terra.
Epimeteu, seduzido por Pandora, pede-a em casamento, e esta aceita, embora tivesse sido aconselhada de recusar qualquer presente dos deuses.
Na casa onde foi viver ,existia uma jarra fechada, na qual era-lhe proibido tocar. Pandora não resistiu e abriu a jarra e de lá saíram todos os males humanos e espalharam-se por toda a Terra. Quando ela fechou a jarra, só a esperança ficou lá dentro. Além desta versão, ainda há outra que nos diz que na jarra estavam fechados todos os bens humanos e quando aberta, estes perderam-se . Assim Pandora fica responsável por todas as desgraça.
Parcas ( Parcas-ae)- as parcas eram divindades que representavam o poder do destino na religião romana. Eram chamada por antífrase "aquelas que poupam" precisamente porque não poupam ninguém. Têm as mesmas características que as Moiras cegas. São conhecidas como demónios , nelas são distinguidas as três irmãs fiandeiras , que tecem a vida dos homens sem piedade. A primeira representa o nascimento, a segunda representa o casamento e a terceira a morte.
No Fórum e nos guias turísticos encontram-se as três estátuas designadas por "Tria Fata", "Os três destinos" ou "três fadas".
Por estarem ligadas à morte pertencem assim, a todos os tempos, por isso encontramo-las representadas em todas as épocas: Saltati, "As três Parcas", século XVI; Rubbens, "As Parcas fiando o destino da Maria de Médicis", século XVIII .
Em escultura, grupo em mármore de Gremain Pilon, ca .1560, museu de Cluny.
Plutão (Pluto-onis)- Na mitologia grega era denominação ritual e eufemística de Hades. Rei dos infernos e deus dos mortos o termo Plutão deriva de Pluto (riqueza), em razão de a terra ser a fonte as riquezas e o subsolo o guarda dos metais preciosos.
Pomona (Pomona-ae) – deusa dos pomares e dos frutos; O Outono.
Prosérpina (Proserpina-ae)- Prosérpina, é a deusa dos infernos em Roma, o que combina com o seu caracter infernal. Primeiramente foi, uma deusa agrária que defendia a germinação das plantas. O seu culto foi oficialmente implantado juntamente com o de Dis Pater, em 249 a . c. . Em sua honra celebram-se os jogos "Jogos Tarentinos".
"Jogos Tarentinos" é este o nome não porque tenha qualquer relação com a cidade de Tarento, mas sim a partir do nome de um local situado no campo de Marte chamado por Tarentum.
Psique (Psyche-es)- Psique simboliza a "alma" em grego. Esta deusa simboliza o destino da alma humana, dividida entre o amor terrestre e o amor divino.
Psique era filha de um rei tinha duas irmãs. Todas eram possuidoras de uma grande beleza,mas ela, não tinha par. Haviam pessoas que vinham de longe só para a admirar. Psique era tão bela que despertava o ciúme de Vénus. Esta ficou tão irritada por ver os seus altares abandonados, que ordenou ao seu filho Cupido que "a vingasse". Assim ,quando as irmãs já estivessem casadas, Psique ainda continuaria solteira . O seu pai já desesperado ,sem saber com quem casá-la, foi falar com o oráculo de Apolo. E este disse-lhe para vestir a sua filha de trajes nupciais e levá-la ao alto de um monte, que ela esperaria pelo seu marido, um monstro horrendo e cruel.
E assim aconteceu ,foi levada por um doce Zéfiro até ao monte, onde acabou por adormecer. Quando acordou, estava diante de um enorme palácio, no qual entrou, sendo guiada por vozes.
Já de noite , Psique sentiu a presença de seu marido a seu lado. Não o podia ver e se algum dia o tentasse observar, perdê-lo-ia para sempre.
O tempo passava e Psique estava feliz naquele palácio, mas, ao mesmo tempo tinha saudades da sua família. Perguntou ao seu marido se podia convidar as sua irmãs ,ele concordou com a ideia, mas com a condição de nunca poderem ver o seu rosto, mas as sua irmãs ficaram com inveja da sua felicidade, por isso começaram a convencê-la de que o seu marido era um monstro e era por isso que ela nunca o via. Com isto, Psique ficou indecisa com esse comentário, e numa noite, acabou por ver o seu marido, à luz de uma lamparina.
Afinal não era nenhum monstro, era um belo adolescente. Surpresa com a sua descoberta, deixa cair um gota de azeite a ferver, que o acordou, e ele fugiu imediatamente.
A partir daí, Psique começa a andar pelo mau caminho. Abandonada pelo Amor (marido) , perseguida por Vénus, que invejava a sua beleza; nenhuma divindade queria ampará-la. A jovem tanto fugiu que foi apanhada por Vénus; esta aprisionou-a e torturou-a de variadíssimas maneiras; até a fez descer aos infernos.
Aí ela deveria ,a mando de Vénus, pedir a Perséfone um frasco cheio de água da fonte da juventude, mas não deveria abri-lo. Contudo, no caminho de regresso, Psique abriu o frasco e adormeceu num sono profundo. Mas Cupido consegue encontrá-la e acordá-la.
Pouco tempo depois pede a Júpiter que os una através do casamento, ideia com a qual concordou. Vénus e Psique também se reconciliaram.
Assim, o amor de Psique e do Amor (cupido) duraria para todo o sempre.
Vénus (Venus-eris)- É a antiga deusa romana dos jardins e da vegetação, foi identificada com Afrodite grega. Na sua qualidade de mãe do herói Eneias, o fundador mítico do povo romano, foi considerada a antepassada Gens Tulia e a protectora da cidade de Roma.
Vénus possuía um santuário perto de Ardea, construído antes da fundação de Roma.
Vesta (Vesta-ae)- Vesta é a deusa romana do fogo doméstico identificada com a Héstia dos gregos. Ela é a deusa do fogo que brilha no lar, considerado o centro da casa.
Era aí que se dava, primitivamente, os sacrifícios dos deuses protectores.
O seu culto estava dependente do grande Pontíficie, assistido pelas Vestais , sobre as quais exercia uma autoridade paternal. O carácter arcaico de Vesta é confirmado pelo facto de o animal que era crucificado ser o burro. Em meados de junho, nos dias das Vestalia, os burros jovens não trabalhavam, eram-lhe postas coroas de flores. Como explicação para esta singularidade ,foi inventada na lenda que mostrava a deusa, inocente entre todas protegida pelo burro contra uma tentativa amorosa de Priapo. Esta lenda é completamente artificial.
Vulcano (Vulcanus-i)- deus romano do fogo e da forja . Corresponde a Hefesto, o deus grego do fogo e dos fenómenos de vulcanismo. As suas festas, as vulcanais, celebradas em 23 de Agosto, eram em Roma muitos antigas e populares.
CURIOSIDADES
Para finalizar muitos deuses antigos como Baco, Pã, Dionísio e Quíron (este foi uma das figuras mais nobres e inteligentes da mitologia. Em sua origem, Quíron era um deus da Medicina na mitologia tessaliana, mas se tornou um centauro imortal na mitologia grega, que tinha maior aceitação. Apesar de os centauros geralmente serem selvagens e indomáveis, Quíron era exceção. Destacou-se por sua inteligência, e seu conhecimento de Medicina foi legendário) foram representados com chifres. Lembro que até mesmo Moisés foi homenageado com chifres pelos seus seguidores, em sinal de respeito aos seus feitos e favores divinos.
Os chifres sempre foram representações da luz, da sabedoria e do conhecimento entre os povos antigos. Portanto, como podemos perceber, desde tempos imemoráveis os chifres foram considerados símbolos de realeza, divindade, fartura, e não símbolos do mal como muitos associaram e ainda associam. O chifre sempre simbolizou a força de um animal, ou o poder de uma pessoa ou nação.
Sl 89:17 – “Pois tu és a glória da sua força; e no teu favor será exaltado o nosso poder (chifre).”
Lam 2:3 – “No furor da sua ira cortou toda a força (o chifre) de Israel; retirou para trás a sua destra de diante do inimigo; e ardeu contra Jacó, como labareda de fogo que consome em redor.”
Examinando o verso, vemos que o altar e seus chifres eram um. Da mesma maneira que a Sua pessoa e o Seu poder são inseparáveis, conectados, não há nenhum limite para que Deus libere poder quando um sacrifício é feito. Note o que também é ensinado em relação aos chifres:
Ex 29:12 – “Depois tomarás do sangue do touro, e o porás com o teu dedo sobre as pontas (chifres) do altar, e todo o sangue restante derramarás à base do altar.”
Havia poder ilimitado no sangue que foi borrifado nos chifres. Também porque o sangue representa vida, e o sacrifício era um substituto, por causa de um, os pecadores viveriam com Deus. Havia uma união de sangue entre o altar, os chifres e o pecador.
A misericórdia de Deus também é vista aqui:
1Rs 1:50 – “Porém Adonias temeu a Salomão; e levantou-se, e foi, e apegou-se às pontas (chifres) do altar.”
Os sacrifícios também eram amarrados relutantemente com cordas aos chifres:
Sl 118:27 – “Deus é o SENHOR que nos mostrou a luz; atai o sacrifício da festa com cordas, até às pontas (chifres) do altar.”
Podemos dizer, então, que o Deus, a Grande Mãe e o Deus Cornífero representam juntos as forças vitais do Universo Cornífero. É o mais alto símbolo de realeza, prosperidade, divindade, luz sabedoria e fartura. É o poder que fertiliza todas as coisas existentes na Terra.
Eu Sou, apenas o que Sou…
Wagner Veneziani Costa
(*)N.E.: Hino a Pã; traduzido de Hymn To Pan, de Aleister Crowley, por Fernando Pessoa. Sobre o jeito da tradução, indico a leitura da monografia “Hino a Pã”, tradução de Helena Barbas; ela faz uma exaustiva análise das coisas que Pessoa troca, das censuras, etc.; ela diz que as alterações que lhe introduziu a uma leitura literal “não podem ser meramente explicadas por um esforço de poeticidade”.
A tradução foi publicada na edição de julho-outubro de 1931, de Presença.
Os chifres sempre foram representações da luz, da sabedoria e do conhecimento entre os povos antigos. Portanto, como podemos perceber, desde tempos imemoráveis os chifres foram considerados símbolos de realeza, divindade, fartura, e não símbolos do mal como muitos associaram e ainda associam. O chifre sempre simbolizou a força de um animal, ou o poder de uma pessoa ou nação.
Sl 89:17 – “Pois tu és a glória da sua força; e no teu favor será exaltado o nosso poder (chifre).”
Lam 2:3 – “No furor da sua ira cortou toda a força (o chifre) de Israel; retirou para trás a sua destra de diante do inimigo; e ardeu contra Jacó, como labareda de fogo que consome em redor.”
Examinando o verso, vemos que o altar e seus chifres eram um. Da mesma maneira que a Sua pessoa e o Seu poder são inseparáveis, conectados, não há nenhum limite para que Deus libere poder quando um sacrifício é feito. Note o que também é ensinado em relação aos chifres:
Ex 29:12 – “Depois tomarás do sangue do touro, e o porás com o teu dedo sobre as pontas (chifres) do altar, e todo o sangue restante derramarás à base do altar.”
Havia poder ilimitado no sangue que foi borrifado nos chifres. Também porque o sangue representa vida, e o sacrifício era um substituto, por causa de um, os pecadores viveriam com Deus. Havia uma união de sangue entre o altar, os chifres e o pecador.
A misericórdia de Deus também é vista aqui:
1Rs 1:50 – “Porém Adonias temeu a Salomão; e levantou-se, e foi, e apegou-se às pontas (chifres) do altar.”
Os sacrifícios também eram amarrados relutantemente com cordas aos chifres:
Sl 118:27 – “Deus é o SENHOR que nos mostrou a luz; atai o sacrifício da festa com cordas, até às pontas (chifres) do altar.”
Podemos dizer, então, que o Deus, a Grande Mãe e o Deus Cornífero representam juntos as forças vitais do Universo Cornífero. É o mais alto símbolo de realeza, prosperidade, divindade, luz sabedoria e fartura. É o poder que fertiliza todas as coisas existentes na Terra.
Eu Sou, apenas o que Sou…
Wagner Veneziani Costa
(*)N.E.: Hino a Pã; traduzido de Hymn To Pan, de Aleister Crowley, por Fernando Pessoa. Sobre o jeito da tradução, indico a leitura da monografia “Hino a Pã”, tradução de Helena Barbas; ela faz uma exaustiva análise das coisas que Pessoa troca, das censuras, etc.; ela diz que as alterações que lhe introduziu a uma leitura literal “não podem ser meramente explicadas por um esforço de poeticidade”.
A tradução foi publicada na edição de julho-outubro de 1931, de Presença.
PETER PAN
Peter Pan
O menino mágico que voa sem medo de envelhecer, mas não quer crescer. Peter Pan leva-nos aos gnomos e fadas comuns em histórias européias antigas. Esses “arquétipos”, como Jung deveria dizer, têm reaparecido na “mente coletiva”, mais recentemente como o Sr. Spock. Quando despimos nosso amigo Vulcano (deus do fogo na Mitologia Romana) de seu uniforme Star Trek, encontramos a imagem familiar parecida com a do gnomo em um humanóide de orelhas pontudas com grande inteligência, ou seja, Peter, visto pela ótica mítica do deus Pan, deus dos bosques, da natureza selvagem que habita cada um de nós.
Pan, a carta “O Diabo” no Tarô Mitológico: o encontro com o que há de instintivo, sexual, amoral, cruel e divino. Quando essa carta sai em um jogo, é hora de confrontarmos o medo, de livrarmo-nos das amarras da moralidade, de expandirmos a mente por meio do encontro com o que há de sombra na nossa psique, com o que há de vergonha nos nossos cotidianos vividos, pensados e guardados.
Peter Pan toca sua flauta com nostalgia no filme de Hogan. Sem tristeza, porém. Afinal, ele só pode ter pensamentos felizes, pois só assim se pode voar.
Tomo a liberdade de transcrever aqui o Hino a Pan, do Mestre Aleister Crowley, para que possam ver que não estou “viajando” sozinho…
(*)Vibra do cio subtil da luz,
Meu homem e afã
Vem turbulento da noite a flux
De Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Do mar de além
Vem da Sicília e da Arcádia vem!
Vem como Baco, com fauno e fera
E ninfa e sátiro à tua beira,
Num asno lácteo, do mar sem fim,
A mim, a mim!
Vem com Apolo, nupcial na brisa
(Pegureira e pitonisa),
Vem com Artêmis, leve e estranha,
E a coxa branca, Deus lindo, banha
Ao luar do bosque, em marmóreo monte,
Manhã malhada da âmbrea fonte!
Mergulha o roxo da prece ardente
No ádito rubro, no laço quente,
A alma que aterra em olhos de azul
O ver errar teu capricho exul
No bosque enredo, nos nás que espalma
A árvore viva que é espírito e alma
E corpo e mente — do mar sem fim
(Iô Pã! Iô Pã!),
Diabo ou deus, vem a mim, a mim!
Meu homem e afã!
Vem com trombeta estridente e fina
Pela colina!
Vem com tambor a rufar à beira
Da primavera!
Com frautas e avenas vem sem conto!
Não estou eu pronto?
Eu, que espero e me estorço e luto
Com ar sem ramos onde não nutro
Meu corpo, lasso do abraço em vão,
Áspide aguda, forte leão —
Vem, está fazia
Minha carne, fria
Do cio sozinho da demonia.
À espada corta o que ata e dói,
Ó Tudo-Cria, Tudo-Destrói!
Dá-me o sinal do Olho Aberto,
E da coxa áspera o toque erecto,
E a palavra do louco e do secreto
Ó Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã Pã! Pã.,
Sou homem e afã:
Faze o teu querer sem vontade vã,
Deus grande! Meu Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Despertei na dobra
Do aperto da cobra.
A águia rasga com garra e fauce;
Os deuses vão-se;
As feras vêm. Iô Pã! A matado,
Vou no corno levado
Do Unicornado.
Sou Pã! Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!
Sou teu, teu homem e teu afã,
Cabra das tuas, ouro, deus, clara
Carne em teu osso, flor na tua vara.
Com patas de aço os rochedos roço
De solstício severo a equinócio.
E raivo, e rasgo, e roussando fremo,
Sempiterno, mundo sem termo,
Homem, homúnculo, ménade, afã,
Na força de Pã.
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!
(Magick in Theory and Practice, de The Master Therion, prefácio de
Aleister Crowley, 1929.)
O menino mágico que voa sem medo de envelhecer, mas não quer crescer. Peter Pan leva-nos aos gnomos e fadas comuns em histórias européias antigas. Esses “arquétipos”, como Jung deveria dizer, têm reaparecido na “mente coletiva”, mais recentemente como o Sr. Spock. Quando despimos nosso amigo Vulcano (deus do fogo na Mitologia Romana) de seu uniforme Star Trek, encontramos a imagem familiar parecida com a do gnomo em um humanóide de orelhas pontudas com grande inteligência, ou seja, Peter, visto pela ótica mítica do deus Pan, deus dos bosques, da natureza selvagem que habita cada um de nós.
Pan, a carta “O Diabo” no Tarô Mitológico: o encontro com o que há de instintivo, sexual, amoral, cruel e divino. Quando essa carta sai em um jogo, é hora de confrontarmos o medo, de livrarmo-nos das amarras da moralidade, de expandirmos a mente por meio do encontro com o que há de sombra na nossa psique, com o que há de vergonha nos nossos cotidianos vividos, pensados e guardados.
Peter Pan toca sua flauta com nostalgia no filme de Hogan. Sem tristeza, porém. Afinal, ele só pode ter pensamentos felizes, pois só assim se pode voar.
Tomo a liberdade de transcrever aqui o Hino a Pan, do Mestre Aleister Crowley, para que possam ver que não estou “viajando” sozinho…
(*)Vibra do cio subtil da luz,
Meu homem e afã
Vem turbulento da noite a flux
De Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Do mar de além
Vem da Sicília e da Arcádia vem!
Vem como Baco, com fauno e fera
E ninfa e sátiro à tua beira,
Num asno lácteo, do mar sem fim,
A mim, a mim!
Vem com Apolo, nupcial na brisa
(Pegureira e pitonisa),
Vem com Artêmis, leve e estranha,
E a coxa branca, Deus lindo, banha
Ao luar do bosque, em marmóreo monte,
Manhã malhada da âmbrea fonte!
Mergulha o roxo da prece ardente
No ádito rubro, no laço quente,
A alma que aterra em olhos de azul
O ver errar teu capricho exul
No bosque enredo, nos nás que espalma
A árvore viva que é espírito e alma
E corpo e mente — do mar sem fim
(Iô Pã! Iô Pã!),
Diabo ou deus, vem a mim, a mim!
Meu homem e afã!
Vem com trombeta estridente e fina
Pela colina!
Vem com tambor a rufar à beira
Da primavera!
Com frautas e avenas vem sem conto!
Não estou eu pronto?
Eu, que espero e me estorço e luto
Com ar sem ramos onde não nutro
Meu corpo, lasso do abraço em vão,
Áspide aguda, forte leão —
Vem, está fazia
Minha carne, fria
Do cio sozinho da demonia.
À espada corta o que ata e dói,
Ó Tudo-Cria, Tudo-Destrói!
Dá-me o sinal do Olho Aberto,
E da coxa áspera o toque erecto,
E a palavra do louco e do secreto
Ó Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã Pã! Pã.,
Sou homem e afã:
Faze o teu querer sem vontade vã,
Deus grande! Meu Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Despertei na dobra
Do aperto da cobra.
A águia rasga com garra e fauce;
Os deuses vão-se;
As feras vêm. Iô Pã! A matado,
Vou no corno levado
Do Unicornado.
Sou Pã! Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!
Sou teu, teu homem e teu afã,
Cabra das tuas, ouro, deus, clara
Carne em teu osso, flor na tua vara.
Com patas de aço os rochedos roço
De solstício severo a equinócio.
E raivo, e rasgo, e roussando fremo,
Sempiterno, mundo sem termo,
Homem, homúnculo, ménade, afã,
Na força de Pã.
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!
(Magick in Theory and Practice, de The Master Therion, prefácio de
Aleister Crowley, 1929.)
PANDORA
Pandora
Na mitologia grega, Pandora (”bem-dotada”) foi a primeira mulher, criada por Zeus como punição aos homens pela ousadia do titã Prometeu em roubar dos céus o segredo do fogo.
Em sua criação, os vários deuses colaboraram com partes; Hefestos moldou sua forma a partir de argila, Afrodite deu-lhe beleza, Apolo ofereceu-lhe talento musical, Deméter ensinou-lhe a colheita, Atena concedeu-lhe habilidade manual, Poseidon deu-lhe um colar de pérolas e a certeza de não se afogar, e Zeus, uma série de características pessoais, além de uma caixa, a caixa de Pandora.
“Caixa de Pandora” é uma expressão utilizada para designar qualquer coisa que incita a curiosidade, mas que é preferível não tocar (como quando se diz que “a curiosidade matou o gato”). Tem origem no mito grego da primeira mulher, Pandora, que por ordem dos deuses abriu um recipiente (há polêmica quanto à natureza deste, talvez uma panela, um jarro, um vaso, ou uma caixa tal como um baú…) onde se encontravam todos os males que desde então se abateram sobre a humanidade, ficando apenas aquele que destruiria a esperança no fundo do recipiente. Existem algumas semelhanças com a história judaico-cristã de Adão (Adan) e Eva em que a mulher é, também, responsável pela desgraça do gênero humano.
Desde que Zeus (Júpiter) e seus irmãos (a geração dos deuses olímpicos) começaram a disputar o poder com a geração dos Titãs, Prometeu era visto como inimigo, e seus amigos mortais eram tidos como ameaça.
Sendo assim, para castigar os mortais, Zeus privou o homem do fogo; simbolicamente, da luz na alma, da inteligência… Prometeu, “amigo dos homens”, roubou uma centelha do fogo celeste e a trouxe à terra, reanimando os homens.
Ao descobrir o roubo, Zeus decidiu punir tanto o ladrão quanto os beneficiados. Prometeu foi acorrentado a uma coluna e uma águia devorava seu fígado durante o dia, o qual voltava a crescer à noite.
Para castigar o homem, Zeus ordenou a Hefesto (Vulcano) que modelasse uma mulher semelhante às deusas imortais e que tivesse vários dons. Atena (Minerva) ensinou-lhe a arte da tecelagem, Afrodite (Vênus) deu-lha a beleza e o desejo indomável, Hermes (Mercúrio) encheu-lhe o coração de artimanhas, imprudência, ardis, fingimento e cinismo, as Graças embelezaram-na com lindíssimos colares de ouro… Zeus enviou Pandora como presente a Epimeteu, o qual, esquecendo-se da recomendação de Prometeu, seu irmão, de que nunca recebesse um presente de Zeus, o aceitou. Quando Pandora, por curiosidade, abriu uma caixa que trouxera do Olimpo, como presente de casamento ao marido, dela fugiram todas as calamidades e desgraças que até hoje atormentam os homens. Pandora ainda tentou fechar a caixa, mas era tarde demais: ela estava vazia, com a exceção da “esperança”, que permaneceu presa junto à borda da caixa.
Pandora é a deusa da ressurreição. Por não nascer como a divindade, é conhecida como uma semideusa. Pandora era uma humana ligada a Hades. Sua ambição em se tornar a deusa do Olimpo e esposa de Zeus fez com que ela abrisse a ânfora divina. Zeus, para castigá-la, tirou a sua vida. Hades, com interesse nas ambições de Pandora, procurou as Pacas (dominadoras do tempo) e pediu para que o tempo voltasse. Sem a permissão de Zeus, elas não puderam fazer nada. Hades convenceu o irmão a ressuscitar Pandora. Graças aos argumentos do irmão, Zeus a ressuscitou dando a divindade que ela sempre desejava. Assim, Pandora se tornou a deusa da ressurreição. Para um espírito ressuscitar, Pandora entrega-lhe uma tarefa; se o espírito cumprir, ele é ressuscitado. Pandora, com ódio de Zeus por ele tê-la tornado uma deusa sem importância, entrega aos espíritos somente tarefas impossíveis. Desse modo, nenhum espírito conseguiu nem conseguirá ressuscitar.
PANTEÍSMO E PANDEÍSMO
O Panteísmo
Etimologicamente falando, o termo “panteísmo” deriva das palavras gregas pan (”tudo”) e teísmo (”crença em deus”), sustentando a idéia da crença em um Deus que está em tudo, ou à de muitos deuses representados pelos múltiplos elementos divinizados da natureza e do Universo.
Em diversas culturas panteístas, freqüentemente a idéia de um Deus que vive em tudo, complementa e coexiste pacificamente com o conceito de múltiplos deuses associados com os diversos elementos da natureza, sendo ambos, aspectos do Panteísmo.
A principal convicção é que Deus, ou força divina, está presente no mundo e permeia tudo o que nele existe. O divino também pode ser experimentado como algo impessoal, como a alma do mundo, ou um sistema do mundo. O Panteísmo costuma ser associado ao misticismo, no qual o objetivo do mortal é alcançar a união com o Divino.
O Panteísmo é também a linha filosófica que mais se aproxima da filosofia hermética do antigo Egito, em que o principal objetivo é fazer parte da conspiração universal (ou conspiração Cósmica).
Pandeísmo
Corrente religiosa sincrética (do grego: πάν (pan), “todo” e do latin deus, “deus”) proveniente da junção do Panteísmo (identidade de Deus com o Universo) com o Deísmo (O Deus criador do Universo não pode mais ser localizado, senão com base na razão), ou seja, a afirmação concomitante de que Deus precede o Universo, sendo o seu criador e, ao mesmo tempo, sua totalidade.
Como o Deísmo, faz uso de razão na religião, o Pandeísmo usa os argumentos cosmológico, teológico e outros aspectos da chamada “religião natural”. Tal uso se deu entre os disseminadores de sistemas filosóficos racionais, durante o século XIX. Também foi largamente empregado para identificar a expressão simultânea de todas as religiões.
Algumas mitologias, tais como a nórdica, sugerem que o mundo foi criado da substância corporal de uma deidade inativa, ou ser de capacidades similares; no exemplo citado, Odin, junto de seus irmãos Ve e Vili, derrotaram e mataram o gigante Ymir, e de sua carne fizeram a terra, dos cabelos, a vegetação, e assim por diante, criando o Mundo conhecido. Semelhantemente, a mitologia chinesa propugna a mesma estrutura, atribuindo a Pan Gu a criação dos elementos físicos que compõem o Mundo.
Modernamente, Thomas Paine, filósofo britânico, e o naturalista holandês Franz Wilhelm Junghuhn redimensionaram os conceitos sobre Deísmo e Panteísmo em suas obras, introduzindo-as na mentalidade contemporânea.
Em 2001, Scott Adams escreveu God’s Debris (Restos do Deus), que propõe um formulário de Pandeísmo.
Panacéia
Remédio que curaria todos os males. Panacéia faz parte da mitologia, pois descende de Asclépio, o deus da Medicina, simbolizando a cura universal.
Antigamente, os médicos, quando acabavam de se formar, faziam um juramento chamado de o Juramento de Hipócrates, muito comprido, que começava assim:
“Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacéia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue…”
Mais modernamente, entenderam que não fazia sentido jurar em nome de deuses gregos, e a fórmula mudou.
Esculápio era o deus romano da Medicina e da cura. Foi herdado diretamente da mitologia grega, na qual tinha as mesmas propriedades, mas um nome sutilmente diferente: Asclépio (”cortar”).
Segundo reza o mito, Esculápio nasceu como mortal, mas depois da sua morte foi-lhe concedida a imortalidade, transformando-se na constelação Ofiúco. Dentre seus filhos, encontram-se Hígia e Telésforo.
Curiosamente, na província da Lusitânia, Esculápio era especialmente venerado, enquanto em Roma era considerada uma divindade menor.
Etimologicamente falando, o termo “panteísmo” deriva das palavras gregas pan (”tudo”) e teísmo (”crença em deus”), sustentando a idéia da crença em um Deus que está em tudo, ou à de muitos deuses representados pelos múltiplos elementos divinizados da natureza e do Universo.
Em diversas culturas panteístas, freqüentemente a idéia de um Deus que vive em tudo, complementa e coexiste pacificamente com o conceito de múltiplos deuses associados com os diversos elementos da natureza, sendo ambos, aspectos do Panteísmo.
A principal convicção é que Deus, ou força divina, está presente no mundo e permeia tudo o que nele existe. O divino também pode ser experimentado como algo impessoal, como a alma do mundo, ou um sistema do mundo. O Panteísmo costuma ser associado ao misticismo, no qual o objetivo do mortal é alcançar a união com o Divino.
O Panteísmo é também a linha filosófica que mais se aproxima da filosofia hermética do antigo Egito, em que o principal objetivo é fazer parte da conspiração universal (ou conspiração Cósmica).
Pandeísmo
Corrente religiosa sincrética (do grego: πάν (pan), “todo” e do latin deus, “deus”) proveniente da junção do Panteísmo (identidade de Deus com o Universo) com o Deísmo (O Deus criador do Universo não pode mais ser localizado, senão com base na razão), ou seja, a afirmação concomitante de que Deus precede o Universo, sendo o seu criador e, ao mesmo tempo, sua totalidade.
Como o Deísmo, faz uso de razão na religião, o Pandeísmo usa os argumentos cosmológico, teológico e outros aspectos da chamada “religião natural”. Tal uso se deu entre os disseminadores de sistemas filosóficos racionais, durante o século XIX. Também foi largamente empregado para identificar a expressão simultânea de todas as religiões.
Algumas mitologias, tais como a nórdica, sugerem que o mundo foi criado da substância corporal de uma deidade inativa, ou ser de capacidades similares; no exemplo citado, Odin, junto de seus irmãos Ve e Vili, derrotaram e mataram o gigante Ymir, e de sua carne fizeram a terra, dos cabelos, a vegetação, e assim por diante, criando o Mundo conhecido. Semelhantemente, a mitologia chinesa propugna a mesma estrutura, atribuindo a Pan Gu a criação dos elementos físicos que compõem o Mundo.
Modernamente, Thomas Paine, filósofo britânico, e o naturalista holandês Franz Wilhelm Junghuhn redimensionaram os conceitos sobre Deísmo e Panteísmo em suas obras, introduzindo-as na mentalidade contemporânea.
Em 2001, Scott Adams escreveu God’s Debris (Restos do Deus), que propõe um formulário de Pandeísmo.
Panacéia
Remédio que curaria todos os males. Panacéia faz parte da mitologia, pois descende de Asclépio, o deus da Medicina, simbolizando a cura universal.
Antigamente, os médicos, quando acabavam de se formar, faziam um juramento chamado de o Juramento de Hipócrates, muito comprido, que começava assim:
“Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacéia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue…”
Mais modernamente, entenderam que não fazia sentido jurar em nome de deuses gregos, e a fórmula mudou.
Esculápio era o deus romano da Medicina e da cura. Foi herdado diretamente da mitologia grega, na qual tinha as mesmas propriedades, mas um nome sutilmente diferente: Asclépio (”cortar”).
Segundo reza o mito, Esculápio nasceu como mortal, mas depois da sua morte foi-lhe concedida a imortalidade, transformando-se na constelação Ofiúco. Dentre seus filhos, encontram-se Hígia e Telésforo.
Curiosamente, na província da Lusitânia, Esculápio era especialmente venerado, enquanto em Roma era considerada uma divindade menor.
LOBISOMEM
O Lobisomem
Mito-maldição dos mais antigos e talvez o único verdadeiramente universal, correndo a terra de ponta a ponta e com uma antiguidade que permite registros de Plínio, o Velho, Heródoto, Petrônio e outros.
O nome, derivado das Lupercais, festividades dedicadas ao deus Pan, na antiga Roma, alastrou-se também nas Américas Central e do Sul, via Espanha (Lubizon), Portugal (Lobisomem), e na do Norte, via França (Loup-garou), ou saxão (Werrwolf), depois de ter atingido toda a Europa. Registros indicam a existência do mito na China e no Japão e na África.
O homem “vira” Lobisomem, misto de lobo e homem, por ser o sétimo filho nascido após sete filhas, se for atingido pelo sangue de outro lobisomem ou sendo filho de incesto, também.
Pode-se quebrar esse encanto-maldição, bastando, para tanto, que a primeira filha batize, ferindo-o, durante sua transformação, bastando apenas tirar-lhe uma gota de sangue ou, quase sem perigo, com um tiro de arma de fogo, cuja bala tenha sido previamente untada com cera de uma vela comum, mas que tenha ardido em três missas de domingo. Se for em uma só missa-do-galo, também fará o efeito.
A sina do Lobisomem, além da própria maldição, parece ser cansativa; pois consiste de, toda sexta-feira, fazer uma maratona, visitando, entre meia-noite e duas horas, sete cemitérios ou adros de igrejas, sete vilas, sete encruzilhadas, sete outeiros e sete mata-burros, voltando sempre ao ponto de partida.
TUPAN
Tupan
Tupã ou Tupan (que na língua tupi significa “trovão”) é uma entidade da mitologia tupi-guarani.
Os indígenas rezam a Nhanderuvuçu e a seu mensageiro Tupã, que não era exatamente um deus, mas sim uma manifestação de um deus. É importante destacar esta confusão feita pelos jesuítas. Nhanderuete, o liberador da palavra original, segundo a tradição mbyá, que é um dialeto da língua guarani, do tronco lingüístico tupi seria algo mais próximo do que os catequizadores imaginavam.
Câmara Cascudo afirma que Tupã “é um trabalho de adaptação da catequese”. Na verdade, o conceito “Tupã” já existia, não como divindade, mas como conotativo para o som do trovão (Tu-pá, Tu-pã ou Tu-pana, golpe/baque estrondeante); portanto, não passava de um efeito, cuja causa o índio desconhecia e, por isso mesmo, temia. Osvaldo Orico é da opinião de que os indígenas tinham noção da existência de uma Força, de um Deus superior a todos. Assim ele diz: “A despeito da singela idéia religiosa que os caracterizava, tinha noção de Ente Supremo, cuja voz se fazia ouvir nas tempestades – Tupã-cinunga, ou “o trovão”, cujo reflexo luminoso era Tupãberaba, ou “relâmpago”. Os índios acreditavam ser o deus da criação, o deus da luz. Sua morada seria o Sol.
Para os indígenas, antes de os jesuítas os catequizarem, Tupã representava um ato divino, era o sopro, a vida, e o homem, a flauta em pé, que ganha a vida com o fluxo que por ele passa.
A religião propagada por Car era baseada na crença a um Deus onipotente, a quem ele chamou P. A. N., também uma palavra cabalística que significa “Senhor do Universo”. Dois séculos depois, pregou Moisés a mesma crença a um Deus onipotente, a quem ele chamou Je-oh-va. O nome Pan, com o significado de Senhor, permaneceu nos países orientais em todos os tempos. Alexandre Magno foi chamado na Ásia de “O Pany Alexandros”. Na Tchecoslováquia, na Polônia, na Rússia e em outros países, usa-se ainda PANE e PANJE como elocução. “Pane Antony” é igual ao “Sir Antonio”. Note-se também que a palavra panis (nosso pão) vem de Pan: a dádiva de Deus.
TU-PAN, o Deus onipotente na religião dos antigos brasileiros, significa: “Adorado Pan”. Na língua dos cários, fenícios e pelastos, significa o substantivo THUS, THUR (respectivamente TUS, TUR e TU): “sacrifício da devoção” ou “incenso”. Tudo que o homem oferece a Deus é, na língua da ordem dos sacerdotes cários, T. U., que também é uma fórmula cabalística. O infinito do verbo “sacrificar” é, no fenício, TU-AN; no germano, TU-EN; no grego, THU-EIN e THY-EIN; no latim, TU-ERI (venerar, contemplar, olhar, guardar). THUS, também no latim, é o incenso que se oferece a Deus, respectivamente aos deuses. A origem de TUPAN, como nome do Deus onipotente, remonta à religião monoteísta de Car.
Tupã ou Tupan (que na língua tupi significa “trovão”) é uma entidade da mitologia tupi-guarani.
Os indígenas rezam a Nhanderuvuçu e a seu mensageiro Tupã, que não era exatamente um deus, mas sim uma manifestação de um deus. É importante destacar esta confusão feita pelos jesuítas. Nhanderuete, o liberador da palavra original, segundo a tradição mbyá, que é um dialeto da língua guarani, do tronco lingüístico tupi seria algo mais próximo do que os catequizadores imaginavam.
Câmara Cascudo afirma que Tupã “é um trabalho de adaptação da catequese”. Na verdade, o conceito “Tupã” já existia, não como divindade, mas como conotativo para o som do trovão (Tu-pá, Tu-pã ou Tu-pana, golpe/baque estrondeante); portanto, não passava de um efeito, cuja causa o índio desconhecia e, por isso mesmo, temia. Osvaldo Orico é da opinião de que os indígenas tinham noção da existência de uma Força, de um Deus superior a todos. Assim ele diz: “A despeito da singela idéia religiosa que os caracterizava, tinha noção de Ente Supremo, cuja voz se fazia ouvir nas tempestades – Tupã-cinunga, ou “o trovão”, cujo reflexo luminoso era Tupãberaba, ou “relâmpago”. Os índios acreditavam ser o deus da criação, o deus da luz. Sua morada seria o Sol.
Para os indígenas, antes de os jesuítas os catequizarem, Tupã representava um ato divino, era o sopro, a vida, e o homem, a flauta em pé, que ganha a vida com o fluxo que por ele passa.
A religião propagada por Car era baseada na crença a um Deus onipotente, a quem ele chamou P. A. N., também uma palavra cabalística que significa “Senhor do Universo”. Dois séculos depois, pregou Moisés a mesma crença a um Deus onipotente, a quem ele chamou Je-oh-va. O nome Pan, com o significado de Senhor, permaneceu nos países orientais em todos os tempos. Alexandre Magno foi chamado na Ásia de “O Pany Alexandros”. Na Tchecoslováquia, na Polônia, na Rússia e em outros países, usa-se ainda PANE e PANJE como elocução. “Pane Antony” é igual ao “Sir Antonio”. Note-se também que a palavra panis (nosso pão) vem de Pan: a dádiva de Deus.
TU-PAN, o Deus onipotente na religião dos antigos brasileiros, significa: “Adorado Pan”. Na língua dos cários, fenícios e pelastos, significa o substantivo THUS, THUR (respectivamente TUS, TUR e TU): “sacrifício da devoção” ou “incenso”. Tudo que o homem oferece a Deus é, na língua da ordem dos sacerdotes cários, T. U., que também é uma fórmula cabalística. O infinito do verbo “sacrificar” é, no fenício, TU-AN; no germano, TU-EN; no grego, THU-EIN e THY-EIN; no latim, TU-ERI (venerar, contemplar, olhar, guardar). THUS, também no latim, é o incenso que se oferece a Deus, respectivamente aos deuses. A origem de TUPAN, como nome do Deus onipotente, remonta à religião monoteísta de Car.
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